A aplicação das mais diversas técnicas, algumas inclusive já existentes antes da época em que a costumamos datar a revolução, mostra que o movimento da revolução industrial está intrinsecamente ligado ao desenvolvimento tecnológico, assim como o próprio desenvolvimento tecnológico está intimamente amarrado em si mesmo um exemplo são os vários inventos que surgem não só aprimorando os anteriores, como também completando ou facilitando as mais diversas etapas de um processo criado anteriormente.
Um exemplo disso é a máquina inventada por Thomas Newcomen, o pai da máquina a vapor, a máquina em questão tinha como objetivo drenar a água das minas de carvão inglesas.
Más água? Como assim?
Era comum as minas tornarem-se mais fundas à medida que a exigência de carvão aumentava, e era mais comum ainda os mineradores acabarem atingindo algum lençol freático durante a escavação, então aí é que entra a máquina de Newcomen, que mais tarde foi aperfeiçoada por James Watt, aumentando a distância na qual a água era bombeada para fora das minas.
Motor a vapor
E falando das minas que tinham como principal função na Inglaterra alimentar as máquinas das indústrias têxteis com o seu carvão mineral, então assim tudo girava de forma que a tecnologias desenvolvidas se auto-completavam em vários aspectos.
A mesma coisa acontece no desenvolvimento da locomotiva, unindo assim um conceito e uma tecnologia já antes inventada (a do motor a vapor, que já havia sido aperfeiçoada por Watt) que é empregada agora com uma nova função, o desenvolvimento da locomotiva a vapor passou por três etapas.
A primeira locomotiva a vapor, foi inventada por Richard Trevithick em fevereiro de 1804, porém o modelo inventado por ele era muito pesado e seu uso progressivo danificaria os trilhos, então em 1814 George Stephenson aprimora a locomotiva a vapor e dá o nome de Blucher, mais tarde ela é aprimorada e surge a locomotiva Rocket, com um novo sistema tubular inventado pelo francês Marc Seguin que fez ela percorrer 30 km/h.
Sistema de funcionamento da locomotiva a vapor
No Brasil
A circulação de idéias não é novidade alguma, e como já era de se esperar a invenção desses motores a vapor acabaram não só mudando a vida de localidades em que foram inventados como também de várias outras localidades para qual foram comercializados, e um desses lugares foi o Brasil.
A priori é bom lembrar que no Brasil durante o período de 1500 a 1808 a implantação de indústrias era proibida no país, só com a vinda da família real que essa situação muda de figura e passa a acontecer uma série de liberações na entrada de produtos industrializados e com algumas leis protecionistas que depois foram aplicadas para aumentar a competitividade do produto nacional, mas ainda assim a industrialização do Brasil ainda era pequena.
É por volta de 1850 que as maquinas a vapor começam a adentrar no Brasil, em um dos campos mais importantes no país até hoje, a agricultura. Várias máquinas começaram a ser usadas na fazendas de café e assim iniciando a industrialização da agricultura no Brasil, mas...e em outros lugares.
Em Sergipe
Como sabemos o cultivo da cana-de-açúcar no nordeste era tão importante quanto, o do café no sul, muito embora o ciclo do café estivesse em alta isso não quer dizer que todos produzissem café, ou que as outras culturas passassem a não existir, no nordeste a cultura da cana-de-açúcar ainda era forte na época muito embora as sanções do comércio internacional de escravos tivessem diminuído a quantidade de mão de obra e a aumentado o custo da mesma.
Segundo Manuel Diegues Junior em seu livro O engenho de açúcar no nordeste, ele mostra um fato até então maravilhoso, na Bahia em 1815 existia um engenho que era movido a máquinas a vapor, muito embora tenha sido o único na época, porém segundo o mesmo em Pernambuco essa tecnologia já era utilizada em 1817, ou seja pouquíssimos os engenhos de açúcar empregavam no início do século XIX, porém esse quadro muda durante a segunda metade do mesmo século e muda mais ainda no início do século XX, onde inclusive em Sergipe a utilização de engenhos a vapor excede em quantidade os engenhos da Bahia que utilizava a mesma tecnologia, enquanto Pernambuco lidera com quase 800 engenhos a vapor.
Em Sergipe não foi diferente, a adaptação da economia açucareira sergipana a produção industrial iniciada nesse setor, o engenho vassouras é um dos exemplos de engenho que se modernizou junto a vários outros.
Mesmo que a produção açucareira em Sergipe fosse pequena se comparada à produção de outras localidades como Bahia e Pernambuco, o exemplo é válido tanto para mostrar a força da economia açucareira em Sergipe quanto para marcar a modernização desse tipo de produção com as mais novas tecnologias existentes.
A brilhante Motocicleta a vapor
Referências Bibliográficas
AMARAL,Danilo.História da Mecânica: Motor a Vapor. Net book disponível na internet para download no endereço http://www.demec.ufmg.br/port/d_online/diario/Ema078/. Visitado no dia 04/07/2010.
SHIMADA, Shizieli de Oliveira. O agronegócio da cana e a (des)configuração do espaço agrário num processo local/regional/nacional. Disponível para download e visualização no endereço:
JUNIOR, Manuel Duiéguis. Tipos de Engenho. In: O engenho de açúcar no nordeste. Maceió, EDUFAL, 2006.
Referência das Imagens
Maquina de drenagem da água feita por Thomas Newcomen http://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Newcomens_Dampfmaschine_aus_Meyers_1890.png
A locomotiva de Trevithicks
http://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Trevithicks_Dampfwagen.jpg
Sistema de funcionamento da locomotiva a vapor
http://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Walschaerts_motion.gif
Motor a vapor
http://www.museudantu.org.br/Tecnologica/lenoir2.jpg
Motocicleta a Vapor?
http://fotos.sapo.pt/YAFkEaFB0c0NyLh5OmBd/
Motor a vapor de Dupla ação
http://www.mundofisico.joinville.udesc.br/imagem.php?idImagem=375
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